Ciclo das Rochas: entenda os principais conceitos e sua importância

O estudo dos solos é de suma importância para a engenharia civil. Isto porque é o solo que sustenta o peso da estrutura e absorve as cargas às quais ela está submetida, além de ser utilizado como matéria-prima na construção – o calcário, por exemplo, é um dos principais componentes do Cimento Portland- e em obras de terra, como as barragens. E sabemos que os solos são formados, em geral, pela erosão das rochas.

 Isso significa que suas principais características são determinadas pelos minerais que constituem suas partículas, o que por sua vez está intrinsecamente ligado ao tipo de material rochoso da qual se derivou o solo.

Portanto, para o manejo correto do solo em empreendimentos de engenharia, é essencial que se conheçam os diferentes tipos de materiais rochosos e seus processos de formação. O ciclo das rochas relaciona os processos geológicos movidos pelos sistemas de placas tectônicas e do clima à formação de cada um dos três tipos de rochas existentes.

Classificação das rochas

Antes de dar início ao estudo do ciclo das rochas, precisamos conhecer suas diferentes classificações, que são as seguintes: ígneas ou magmáticas, sedimentares e metamórficas.

As rochas ígneas ou magmáticas são formadas, como o nome indica, pela solidificação do magma, um líquido proveniente do interior da Terra que pode atingir temperaturas de até 1200 ºC. Quando essa solidificação acontece na crosta terrestre, de maneira rápida, devido à expulsão do magma causada por erupções vulcânicas, têm-se a formação das rochas ígneas extrusivas ou vulcânicas, sendo a mais conhecida delas o basalto.

Basalto- Rochas Magmáticas.
Basalto: Rocha Magmática Extrusiva.
Fonte: Prof. José Carlos Rabello.

Nos casos em que o resfriamento do magma se dá lentamente no interior do planeta, temos as rochas intrusivas ou plutônicas, como o granito.

 

Granito- Rochas Magmáticas.
Granito: Rocha Magmática Intrusiva.

O intemperismo e a erosão produzem as partículas clásticas que compõem os sedimentos e, também, os íons dissolvidos que se precipitam para formar os sedimentos bioquímicos e químicos. As correntes de água e vento e o fluxo do gelo transportam os sedimentos para seus lugares definitivos de acumulação, os sítios de sedimentação.

A sedimentação, que é o assentamento de partículas a partir do agente de transporte, produz camadas de sedimentos em canais fluviais e vales. A diagênese – mudanças e alterações dos sedimentos após sua deposição inicial- endurece os sedimentos, transformando-os em rochas sedimentares, um processo a que denominamos litificação. O calcário, citado no início do texto, é um exemplo desse tipo de material rochoso.

Calcário: Rochas Sedimentares.
Calcário: Rocha Sedimentar.
Fonte: Inducal.

Por fim, as rochas metamórficas são aquelas que resultam do metamorfismo de materiais rochosos preexistentes. Metamorfismo é uma alteração no estado sólido das rochas causado pelo aumento da pressão e da temperatura e por reações com componentes químicos introduzidos pela migração de fluidos.

Isto significa que à medida que a pressão e a temperatura nas profundezas da crosta aumentam como resultado da atividade tectônica ou ígnea, os componentes químicos do material rochoso original rearranjam-se em um novo conjunto de minerais, que são estáveis sob as novas condições, dando origem à nova rocha.

O gnaisse é um exemplo de rocha metamórfica, pois é originado a partir da deformação de sedimentos de granito ou arcóseo.

Gnaisse: Rochas Metamórficas.
Gnaisse: Rocha Metamórfica.
Fonte: Sandatlas.

Como acontece o ciclo das rochas

Agora você deve estar se perguntando como o ciclo das rochas explica a transformação das mesmas de um tipo para outro, certo? Podemos ver os processos iniciando em qualquer ponto do ciclo, mas explicaremos aqui a partir do ponto que consideramos mais didático.

Materiais rochosos, uma vez expostos à atmosfera e à biosfera, passam a sofrer a ação do intemperismo, que faz com que as  percam sua coesão; sendo erodidos, transportados e depositados em depressões onde, após a diagênese, passam a constituir as rochas sedimentares. Qualquer um dos três tipos de rochas está sujeito ao processo de formação de rochas sedimentares descrito acima.

Devido à migração dos continentes durante o tempo geológico, materiais rochosos podem ser levados a ambientes muito diferentes daqueles onde eles se formaram. Qualquer tipo de rocha que sofra a ação de altas pressões e temperaturas sofre transformações mineralógicas e texturais, tornando-se uma rocha metamórfica.

Se as condições de metamorfismo forem muito intensas, os materiais rochosos podem se fundir, gerando magmas que, ao se solidificar, darão origem a novas rochas ígneas, completando o ciclo.

A imagem abaixo sintetiza a interligação entre os processos que acabamos de descrever.

Ciclo das rochas
Ciclo das rochas

A fase sólida do solo é composta por minerais que se originam da erosão de materiais rochosos, um processo que, como vimos, faz parte de um ciclo e que, portanto, não deve ser analisado de maneira individual.

Assim, fica comprovada a importância do conhecimento dos processos que regem o ciclo das rochas para tomadas de decisão conscientes acerca dos solos com os quais trabalhamos.

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2 comentários em “Ciclo das Rochas: entenda os principais conceitos e sua importância”

  1. Texto bastante esclarecedor, muito bem elaborado e didático, parabéns!! Eu só faria um pequeno acréscimo a já bem elaborada redação, acrescentando características importantes de cada rocha em relação ao uso de cargas correspondente ao solo-estrutura na engenharia. Mais uma vez parabéns, excelente site!

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