Você está viajando, seu carro entra em um buraco, seu coração dói lá no fundo e depois você reclama que o asfalto é péssimo. Quem nunca?
Você quer saber como é feito o asfalto, quais suas camadas e tipos e porque, em alguns lugares, ele é realmente péssimo?
Então, fica com a gente!
O que é um pavimento asfáltico
Primeiramente, pavimento é uma estrutura composta pro várias camadas sobre a superfície final da terraplanagem, destinada a resistir aos esforços oriundos do tráfego de veículos e do clima e a garantir aos usuários melhores condições de rolamento, com conforto, economia e segurança.
Pois bem, dentre os tipos de pavimento existentes, são eles rígidos, semirrígidos e flexíveis, o pavimento asfáltico é caracterizado como pavimento flexível.
Esse tipo de pavimento se diferencia dos demais por apresentar deformação elástica significativa sob o carregamento aplicado em todas as camadas e, portanto, a carga se distribui em parcelas aproximadamente iguais entre elas.
Dessa forma, o pavimento asfáltico é um tipo de pavimento flexível em que a camada de revestimento é composta por uma mistura constituída de agregados e ligantes asfálticos betuminosos.
Esses ligantes são os principais responsáveis pelas características do asfalto e são oriundos da destilação do petróleo e têm a propriedade de ser um adesivo termoviscoplástico, impermeável à água e pouco reativo.
Camadas do pavimento asfáltico
O pavimento asfáltico é constituído por quatro camadas principais: camada superficial asfáltica, apoiada sobre camadas de base, de sub-base e de reforço do subleito.
Revestimento
O revestimento asfáltico é a camada superior destinada a resistir diretamente às ações do tráfego e transmiti-las de forma atenuada às camadas inferiores, impermeabilizar o pavimento, além de melhorar as condições de rolamento.
Base
A base é a camada sobre a qual se constrói o revestimento e é destinada a resistir aos esforços verticais oriundos dos veículos e distribuí-los adequadamente às camada inferiores.
Sub-base
É a camada complementar à base, quando por circunstancias tecnicoeconomicas não for aconselhável construir a base diretamente sobre a regularização.
Reforço do subleito
É uma camada de espessura constante, posta por circunstâncias tercnicoeconomicas acima da regularização do subleito, cuja função é evitar espessuras elevadas da camada de sub-base devido à baixa capacidade de suporte do subleito.
Em outras palavras, o reforço do subleito atual melhorando a capacidade de suporte do subleito de fundação do pavimento, de modo a reduzir a espessura da sub-base e evitar gastos excessivos.
Revestimento asfáltico
Existem diversos tipos de pavimento flexível asfáltico, que se diferenciam pelo tipo de revestimento existente na sua estrutura. Sendo assim, analisaremos agora a última camada do pavimento: o revestimento.
Componentes do revestimento asfáltico
Todos os revestimentos asfálticos são compostos por associações de ligantes asfálticos e agregados. Veremos agora o que constitui cada um deles.
Ligantes
Você sabia que o asfalto é um tipo de ligante e não um tipo de revestimento e que, diferentemente do que se pensa, seu uso não se restringe somente à pavimentação?
Pois bem, o asfalto é uma mistura de hidrocarbonetos derivados do petróleo de forma natural, cujo principal componente é o betume, podendo conter ainda outros materiais, como oxigênio, nitrogênio e enxofre, em pequena proporção.
Devido a suas propriedade, ele é o tipo de ligante mais empregado no mundo. Dentre essas propriedades podemos ressaltar o alto pode adesivo, a impermeabilidade e a baixa reatividade química.
Agregados
Conforme nós já sabemos, agregado é definido como material sem forma ou volume definido, geralmente inerte, de dimensões e propriedades adequadas para produção de argamassas e de concreto.
A novidade é que, assim como na construção civil, a pedra britada também é largamente utilizada na pavimentação.
No entanto, a seleção de agregados para utilização em revestimentos asfálticos depende de sua disponibilidade, custo e qualidade, bem como do tipo de aplicação.
Tipos de revestimento asfáltico
Os revestimentos asfálticos são classificados, de acordo com o Manual de Pavimentação do DNIT, segundo o método de associação entre os agregados e os materiais betuminosos, conforme a figura abaixo.
Dessa forma, o revestimento asfáltico é classificado em revestimento por penetração, sendo subdividido em revestimentos betuminosos por penetração invertida e revestimento betuminoso por penetração direta, e revestimento por mistura, subdividido em pré-misturado a quente e pré-misturado a frio.
Vale ressaltar que, no Brasil, o tipo de revestimento asfáltico mais utilizado é o revestimento pré-misturado a quente. Ou seja, a mistura asfáltica mais usada é o Concreto Asfáltico (CA), também conhecido por Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) de graduação densa, que é constituído de agregados de diversos tamanhos e ligante asfáltico, aquecidos de acordo com viscosidade desejada.
Revestimento betuminoso por penetração
Tratamento superficial betuminoso
Nesse tipo de revestimento, a penetração do ligante asfáltico ocorre de maneira invertida, ou seja, de baixo para cima.
Dessa forma, o revestimento é executado através de uma ou mais aplicações de material betuminoso, seguindo do mesmo número de aplicação, espalhamento e compressão de camadas de agregados.
Macadame betuminoso
Nesse tipo de revestimento, a aplicação do ligante ocorre de forma oposta ao tratamento superficial, de cima para baixo.
Nesse caso, ocorre o espalhamento e compactação de camadas de agregados, sendo cada camada submetida a uma aplicação de material betuminoso.
Revestimento betuminoso por mistura
Pré-misturado a quente
Nesse caso, o agregado é pré-envolvido com o material betuminosos antes da compressão, geralmente em usinas de asfalto.
Essa mistura é feita a temperaturas elevadas, em torno de 100 °C, e o transporte e espalhamento do revestimento também devem ser feitos em altas temperaturas.
Pré-misturado a frio
No caso do revestimento pré-misturado a frio, o processo ocorre de forma semelhante ao pré-misturado a quente. A principal diferença é que a mistura pode ser feita na temperatura ambiente.
A que se deve a má qualidade do pavimento asfáltico?
Agora, respondendo à questão levantada no início do post, a má qualidade e durabilidade do pavimento asfáltico brasileiro se deve a uma série de fatores.
A falta de planejamento adequado, entre elas a pouca preocupação com a drenagem superficial do pavimento, é uma das principais causas.
O baixa qualidade do revestimento asfáltico em si, como espessuras de camadas subdimensionas com o intuito de diminuir custos é outra grande causa da baixa durabilidade. Além de reparos muitas vezes feitos de maneira inadequada.
Infelizmente, as causas são muitas!
Mas não fique triste, espero que esse post tenha ajudado a aprender o funcionamento do pavimento asfáltico, se quiser agora saber como é feito o dimensionamento de um pavimento flexível, clique aqui.
Caso você tenha interesse pela área de pavimentação e quer aprender ainda mais, indicamos o livro Pavimentação Asfáltica de José Tedeu Balbo.
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Engenheira Civil pela Universidade Federal do Piauí, engenheira de obra, perita judicial e pós-graduanda em Avaliação, Auditoria e Perícias de Engenharia.
GOSTEI DO MATERIAL – MUITO PRÁTICO E EXPLICATIVO
OBRIGADA!
Parabéns Dra. Dandara, excelente material, estou inciando no ramo de asfalto e seus explicações já me oportunizaram um grande aprendizado.
Que felicidade você me dá, José!
Dandara, obrigado pelo material me ajudou no relatório de estagio,