Há diversos tipos de folgas em um cronograma de obra que podemos encontrar enquanto analisamos uma rede de atividades. O conhecimento de cada tipo de folga é fundamental para o sucesso da sua tomada de decisões como um gestor.
– Mas João, onde eu vou utilizar isso?
Como eu disse, o conhecimento das folgas em seus projetos é importantíssimo para fundamentar o processo decisório dentro do planejamento de tempo da obra. Porém as técnicas que mais se apoiam nesses conceitos são: a análise do caminho crítico, nivelamento de recursos e estabilização de recursos.
Conforme enuncia o PMBOK 6ªed, ajustes às durações da atividade (quando mais recursos ou menos escopo pode ser providenciados), relações logicas (quando as relações forem arbitradas no início), antecipações e esperas, ou outras restrições do cronograma podem ser necessários para produzir caminhos de rede com folga total zero ou positiva.
Tipos de folga em cronograma: Folga total
Em qualquer caminho de rede, a folga total ou flexibilidade do cronograma é medida pela quantidade de tempo que uma atividade dele pode ser atrasada ou estendida a partir da sua data de início mais cedo sem atrasar a data de término do projeto ou violar uma restrição do cronograma.
Por esse motivo, um caminho crítico e normalmente caracterizado por uma folga total igual a zero no caminho crítico.
Agora, quando implementados com sequenciamento do método do diagrama de precedência, os caminhos críticos podem ter uma folga total positiva, igual a zero ou negativa, dependendo das restrições aplicadas.
A folga total positiva e causada quando o caminho de volta e calculado a partir de uma restrição do cronograma que é mais tarde que a data de término mais cedo que foi calculada durante o cálculo do caminho de ida.
A folga total negativa e causada quando uma restrição nas datas mais tarde e violada pela duração e logica. A análise de folga negativa e uma técnica que ajuda a encontrar possíveis formas aceleradas de colocar um cronograma atrasado de volta aos trilhos.
Tipos de folga em cronograma: Folga livre
A folga livre e a quantidade de tempo em que uma atividade do cronograma pode ser atrasada sem atrasar a data de início mais cedo de qualquer atividade sucessora, ou violar uma restrição do cronograma.
Então, aqui temos nossa primeira diferença. Enquanto na folga total o nosso objetivo é não atrasar o projeto como um todo, na folga livre o foco recai apenas na atividade sucessora.
A título de exemplo, veja o caminho abaixo:
Perceba que a duração total do projeto é de 20 dias, e que o caminho crítico é composto pelas atividades A-B-F-G. Ainda, temos que a sequência A-C-E-G possui 18 dias de duração.
Portanto, temos uma folga total igual a 2 dias no caminho A-C-E-G. Ou seja, é possível atrasar todo esse caminho em, no máximo, dois dias sem que isso afete o cronograma inicialmente definido.
Apesar dessa folga total, perceba que a atividade C possui uma folga livre igual a zero. Ou seja, se essa atividade atrasar pelo menos um dia, irá prejudicar a data de início mais cedo da atividade E, que deve iniciar no dia 10.
Tipos de folga em cronograma: Folga de projeto
A folga de projeto, por sua vez, depende única e exclusivamente das decisões de que está financiando o projeto.
Por exemplo, se uma reforma precisa sem entregue em 30 dias e a estimativa calculada pelo engenheiro prevê que essa mesma reforma poderá ser entregue em 22 dias (duração do caminho crítico), então a folga de projeto será de 8 dias.
Assim, podemos dizer que a folga de projeto seria uma “folga do caminho crítico”.
Palavras finais
É importante destacar que existem, ainda, dois outros tipos de folgas: a dependente e a independente. Porém, seus conceitos são de pouquíssima aplicação prática. Inclusive, a maioria dos livros nem ao menos os cita.
Por isso, resolvi limitar o artigo apenas aos três tipos apresentados. Assim, despeço-me por aqui e me disponho a tirar quaisquer dúvidas que você tenha sobre o tema.
Abraços do João!
REFERÊNCIA:
PMI. Um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos. Guia PMBOK® 6a. ed. EUA: Project Management Institute, 2017
Engenheiro Civil, ex-Griffon (MWSU), SunDevils (ASU), judoca e pseudo-nadador. Pós-graduando em Gerenciamento de Obras e Tecnologia da Construção.